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CÓRREGO MANDAQUI

  • Foto do escritor: Vitor Miranda
    Vitor Miranda
  • 16 de jan. de 2018
  • 3 min de leitura

O nome Mandaqui descende do tupi-guarani, cujo termo Mandihy significa “rio dos bagres”.

Bagre e Jundiá são designações comuns dadas aos peixes da ordem siluriformes na maior parte da América do Sul. O nome "bagre" é derivado do latim pargus, ou do grego antigo φάγρος (phágros). "Jundiá" é originário do tupi yundi'á e significa cabeça armada de barbatana.


1616, as primeiras citações do Mandaqui.


1888, ano em que Princesa Isabel assina a Lei Áurea, é fundado o distrito que era constituído, de início, por famílias de classe média. Por dispor de grande área vegetativa e estar isolado dos grandes centros, chamou a atenção de imigrantes europeus. Após a chegada da linhagem dos Zumkeller que a cidade viu o primeiro sinal de urbanização no distrito.


Sonia Maria Zumkeller postou no site saopaulominhacidade.com.br procurando informações da trajetória de imigrantes suíços. Ela se identifica como bisneta de Alfredo Zumkeller e Judith Zumkeller e tem se dedicado a pesquisar sobre os primeiros indivíduos da família que aqui chegaram, em 1854, para trabalharem na Fazenda Ibicaba, do senador Vergueiro. Alfredo nasceu em São Paulo, foi batizado na Igreja de Santa Ifigênia em 1864 e faleceu 90 anos depois, na sede da fazenda, em 1954. O tataravô de Sonia é citado no livro: "Memórias de um colono no Brasil”, de Thomaz Davatz. A família dividiu, em 1920, entre seus cinco herdeiros as terras que possuía começando os primeiros passos de urbanização. 


1893: nasce a ferrovia Tramway Cantareira. O principal objetivo da Tramway era fornecer auxílio e facilitar a vida dos operários que trabalhavam na construção de um reservatório hídrico no alto da serra. Aumento da população do Mandaqui.


1938 é fundado o Hospital do Mandaqui com o foco em atender tuberculosos, pois sua localização era extremamente privilegiada por estar rodeado de áreas verdes.


Em 1960 a Tramway Cantareira para de funcionar. Década em que se dá a verticalização e o auge do desenvolvimento do bairro. A casa dos Zumkeller é substituída pelo prédio Conjunto dos Bancários.


1970: construção da Av. Engenheiro Caetano Álvares.



O engenheiro João Caetano Alvares Jr. nasceu em 18 de dezembro de 1894. Formou-se pela Escola Politécnica em 1917. Foi responsável por obras de grande vulto em concreto armado, especialmente pontes, obras hidáulicas, viadutos da Via Anchieta, pontes sobre o Rio Tietê e Paranapanema, usinas hidrelétricas (Iapuçu e Salto Grande). Como Secretário de Obras da Prefeitura de São Paulo no governo Jânio Quadros, realizou o chamado “Plano de Emergência”, que visava a melhorar especialmente as ruas da periferia e dos meios de acesso aos bairros, com obras de pavimentação.

Também foi Conselheiro do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico de abril de 1961 a julho de 1962. Foi presidente do Sindicato das grandes estruturas e presidente do Conselho do Departamento de Águas e Esgotos. Na iniciativa privada, organizou em 1945 a Pedreira Cantareira, da qual foi superintendente até falecer, em 1967.


A cidade cresce e mais um rio fica esgotado.


26/07/2015: a Folha de São Paulo publica materia com o título "Córrego na zona norte de SP passa a ter água limpa, mas peixes não voltam".


"O córrego do Mandaqui, na Zona Norte de São Paulo, está com as águas limpas, mostram análises químicas divulgadas pela Sabesp.


A retirada do esgoto do Mandaqui e de seus 33 afluentes, que cobrem uma área de 20km2, é uma ação conjunta da Sabesp com a Prefeitura de São Paulo, com a ajuda da população.


A medida faz parte do Programa Córrego Limpo, iniciado em 2007 e atualmente sob ameaça.


o morador da Zona Norte que eventualmente sonhar em pegar uma vara de pescar pode esquecer. Apesar de limpo, o curso d'água esta morto.


Com concreto nas paredes e nos fundos, nenhuma forma de vida aquática poderá aflorar no local.


o vazamento ocasional de esgoto, dejetos de gatos e cachorros arrastados das calçadas e o lixo jogado pela população no córrego continuam presentes na região. Esses fatores tornam impossível a utilização do rio para lazer a curto prazo."


2012 o Programa Córrego Limpo é interrompido.


03/04/2017 o G1 publica: "Programa Córrego Limpo será retomado para impedir que a água suja contamine o rio Tietê, conforme anunciaram os governos estadual e municipal segunda-feira (3)."


2018: no bairro do Mandaqui não há mais bagres ou Jundiás e quem dirá o povo que falava tupi guarani.


Vitor Miranda, que até os 3 anos morou no bairro do Limão e conheceu o Mandaqui já mais velho ao visitar primeiro seu avô e depois sua bisavó no Hospital do Mandaqui, voltou ao bairro para fazer uns clics do córrego.






 
 
 

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