Rio Sahy - São Sebastião
- Vitor Miranda
- 1 de mai. de 2018
- 2 min de leitura
Sahy era como os índios denominavam um macaco muito ágil e de olhos miúdos.

Cidade mais antiga do litoral norte, a região de São Sebastião era ocupada por índios Tupinambás e Tupiniquins. A serra de Boiçucanga era uma divisa natural das tribos. Depois chegaram os portugueses e as capitanias hereditárias com o famoso "desenvolvimento". Escravidão. Engenhos de cana de açúcar. Economia. Política. Emancipação de São Sebastião.
Hoje, São Sebastião é um dos 15 municípios paulistas considerados estâncias balneárias pelo Estado de São Paulo. O status lhe dá direito a uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional.
Uma das praias de São Sebastião é a Barra do Sahy que recebe o nome por causa do rio que deságua em seu canto esquerdo formando uma piscina natural onde muitos banhistas se divertem e barcos saem em passeios pela Ilhas levando os turistas.
Eu e Gabriela Cavalcante, minha companheira de vida, estávamos mais interessados no rio. Alugamos um caiaque. O senhor perguntou se íamos conhecer a Ilhas. Disse que a gente ia remar pelo Rio Sahy. Ele ficou surpreso e disse que seria um belo passeio.

Perguntamos se dava pra subir um percurso grande. "Passando a rodovia dá pra subir um pouco mais".
Entramos no mar, passamos a arrebentação e contornamos em direção a foz do rio. As ondas nos ajudaram a adentrar nele. Remamos contra sua corrente. Avistamos pescadores, trilhas, pequenas pontos de madeiras, mangue, caranguejos, aves de diversos tipos.

Passando a rodovia a situação do rio começara a mudar. Pedaços de concretos. Dutos. E se aproximando das comunidades esgoto. O famoso "tratamento d'água". É como sempre digo em minhas piores crises financeiras e existenciais: "estou navegando em merda". Dessa vez literalmente. A flor boiando na merda é pura poesia na fotografia da Gabriela Cavalcante.

Fotos: Gabriela Cavalcante e Vitor Miranda
Texto: Vitor Miranda
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